Edifício de Clínicas - SMHN QUADRA 02
- BLOCO A
SALA 902 - Asa Norte, Brasília - DF, CEP 70710-143
Pacientes oncológicos podem apresentar um índice maior de doenças bucais como o herpes simplex, candidose, líquen plano, dentre outras, como efeito adverso do tratamento oncológico. Essas doenças são da área de conhecimento do estomatologista, que é o especialista no diagnóstico e tratamento das mesmas. Temos em nossa equipe esse profissional, e em nosso protocolo de atendimento, o paciente oncológico é avaliado também pelo estomatologista, porquê sabemos quão é importante o diagnóstico das doenças bucais e das provocadas pelo tratamento oncológico.
Estomatologia é uma especialidade odontológica, reconhecida pelo Conselho Federal de Odontologia em 1992. Essa especialidade é aquela que faz o diagnóstico e o tratamento das doenças da boca e estruturas anexas.
Dra. Addah em sua experiência relata que, muitos pacientes acham que estomatologia está relacionada ao estômago, ou seja, confundem a especialidade médica de gastroenterologia com a odontológica de estomatologia. A boca tem diversas estruturas que podem adoecer. O mais comum é o paciente procurar o dentista quando o dente adoece. Porém quando ele tem uma ferida na boca ou outra queixa bucal que não está relacionada com os dentes, acaba sem saber a quem procurar!
Importante ressaltar que feridas na boca que não cicatrizam em até 2 semanas devem ser examinadas pelo estomatologista para descartar a possibilidade de ser câncer bucal. Dra. Addah também alerta que nos casos de aparecimento de feridas bucais, não use pomadas recomendadas por leigos ou aquelas que você acha que irão tratar a ferida. O uso de pomadas ou outros medicamentos em feridas bucais, pode mascarar o diagnóstico para o estomatologista e também dar a falsa sensação ao paciente que a ferida cicatrizou, o que acaba atrasando o diagnóstico de doenças bucais graves.
A queixa de “ardência bucal” muito frequente em nossos dias, também precisa ter suas causas investigadas, visto que, a ardência na boca pode ser um dos sintomas de alguma doença que o paciente possa estar desenvolvendo em outros órgãos (chamamos de doenças sistêmicas). Tratamentos de gengiva sem melhora também precisam ser avaliados pelo estomatologista, pois pode ser um caso de doença autoimune acometendo a gengiva (podemos citar como exemplo o líquen plano oral).
Em relação às doenças sistêmicas que podem acometer também a boca é importante que, além da equipe médica que está tratando da doença sistêmica, o estomatologista avalie a boca, principalmente nos casos em que o paciente tenha alguma queixa bucal que possa estar relacionada à doença sistêmica. O contrário também acontece, pois os sinais bucais podem ser frequentemente a primeira manifestação de algumas doenças sistêmicas, como por exemplo as autoimunes. Como exemplo de doenças autoimunes, que podem manifestar também na boca, podemos citar: lúpus eritematoso sistêmico, síndrome de Sjögren, pênfigo vulgar, penfigóide de membranas mucosas, doença de Behçet e líquen plano oral.
Pacientes oncológicos tem mais risco de desenvolver doenças na cavidade bucal. Podemos citar, por exemplo, as doenças relacionadas ao tratamento oncológico e as metástases para a cavidade oral do câncer de outros órgãos. Metástases para a cavidade oral, de câncer que acometeu inicialmente outros órgãos, são raras, e representam apenas 1 a 3% de todos os cânceres dessa área. Os cânceres mais comuns, em pacientes adultos, que podem dar metástases para a cavidade oral incluem os de pulmão, mama, rins e cólon e os locais mais acometidos são a mandíbula e a gengiva. Diagnóstico de câncer metastático na cavidade oral é dado comumente pelo estomatologista, devendo ser feito com rapidez, pois essa informação é fundamental para o oncologista na condução do tratamento. Lembrando que em alguns casos, a metástase na cavidade oral pode manifestar antes das manifestações do câncer no órgão de origem.
Em relação aos efeitos adversos que o tratamento oncológico pode provocar na cavidade oral, outro tópico importante na estomatologia, temos em perguntas frequentes uma secção sobre esse assunto.
O diagnóstico das doenças da cavidade oral é de responsabilidade do estomatologista. Alterações percebidas pelo paciente não devem ser tratadas de forma caseira ou empírica., reforça Dra. Addah. Antes de qualquer tratamento, é importante alertar que o diagnóstico é fundamental. Sem o diagnóstico, todo tratamento será ineficaz, prolongando muitas vezes o desconforto do paciente e atrasando a sua cura.