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O ideal é que sim, pois o importante nessa fase do tratamento oncológico é que seja certificado pelo dentista oncologista que não existe foco de infecção bucal. Esses focos nem sempre dão sinais de dor ou outro desconforto, em que o paciente possa identificar. Por isso a avaliação odontológica especializada é fundamental.
A febre é uma consequência da presença de uma inflamação ou uma infecção no organismo. A febre que aparece num paciente que está com neutropenia (provocada pelo tratamento do câncer) é a neutropenia febril. Essa inflamação ou infecção que está provocando a febre nesses pacientes, pode ter origem na boca, sendo os dentes os causadores mais comuns dela. Por isso se fala e se recomenda tanto na remoção dos focos de infecção bucal para prevenir complicações que possam aparecer durante o tratamento oncológico.
Os dentes são considerados um dos principais focos de infecção que a boca pode ter. Então temos que essas infecções são chamadas de odontogênicas, e suas causas mais comuns são a cárie, tratamento de canal feito inadequadamente, dente necrosado, pericoronarite e doença periodontal. A infecção periapical, causada comumente pelo dente necrosado, é a forma mais comum de infecção odontogênica e é causada pela invasão do sistema de canais radiculares do dente por microrganismos. E esses microorganismos comumente estão presentes nas lesões de cárie.
Sim. A candidíase (conhecida como sapinho) pode se desenvolver durante o tratamento oncológico. Essa infecção é causada por um fungo que está presente na boca como parte da microbiota bucal em condições normais. O que faz a infecção desenvolver é a baixa da imunidade do paciente, provocada por alguns tratamentos oncológicos, que leva ao crescimento excessivo desses microrganismos resultando no desenvolvimento da candidíase. A aparência mais comum dessa infecção é a de placas brancas que são removidas com gaze ou mesmo com a escova de dente (quando estão no dorso da língua). Manchas avermelhadas na boca também podem ser sinal de candidíase, porém esse tipo da infecção torna-se de difícil identificação por parte do paciente, já que algumas regiões da boca também são avermelhadas em sua normalidade.
Durante o tratamento oncológico, diversos medicamentos podem causar efeitos adversos na boca, alguns graves. Por isso, é importante ter um acompanhamento odontológico especializado para identificar esses efeitos precocemente e tratá-los de forma eficaz, minimizando maiores desconfortos para o paciente.
Não necessariamente. Os tratamentos mais propensos a causar efeitos na boca são a radioterapia na região da cabeça e pescoço (quando a boca é incluída no campo de irradiação), certos regimes de quimioterapia e o Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas (principalmente quando utilizados regimes de condicionamento mieloablativos). É importante conversar com a equipe oncológica de médico e dentista sobre os possíveis efeitos colaterais bucais do seu tratamento.
Sim. As diretrizes atuais do grupo de estudos de mucosite da MASCC/ISOO recomendam o uso da PBM com laser de baixa intensidade para esses casos.
Sim. As diretrizes atuais do grupo de estudos de mucosite da MASCC/ISOO recomendam o uso da PBM com laser de baixa intensidade para esses casos.
Sim. As diretrizes atuais do grupo de estudos de mucosite da MASCC/ISOO recomendam o uso da PBM com laser de baixa intensidade para esses casos.
O tratamento com PBM deve começar em média até a terceira sessão de radioterapia.
Até terminar a radioterapia ou, se o paciente mesmo após o término da radioterapia apresentar ainda mucosite, é importante manter algumas sessões de PBM até a remissão completa das lesões bucais. Essa persistência da mucosite após o término do tratamento, pode acontecer em alguns casos.
Não. A indicação vai depender do risco do paciente de vir a ter feridas bucais. Esse risco é medido considerando vários fatores, dentre eles, saúde bucal do paciente preservada, tipo de medicamento e dose que estão sendo usados, dentre outros. Cada caso tem que ser avaliado individualmente. Uma avaliação em conjunto de médico e dentista oncologistas é importante para a indicação da PBM.
Existem vários efeitos que algumas quimioterapias podem provocar na boca. Dentre eles podemos citar a mucosite oral. Mucosite é um processo inflamatório das mucosas causado comumente por agentes quimioterapêuticos ou pela radiação ionizante. O risco de mucosite oral pode aumentar quando a saúde bucal não está preservada, principalmente se existir focos de infecção bucal e/ou a higiene bucal não está satisfatória. Os sinais clínicos podem aparecer em média entre o quinto e oitavo dia pós quimioterapia, onde o paciente queixa de dor na boca e/ou dor para engolir. A mucosite aparece clinicamente semelhante à afta, mas não é afta. Exemplos de agentes quimioterápicos que podem causar mucosite oral são ciclofosfamida, doxorrubicina, vincristina, etoposido, ifosfamida, metotrexato, docetaxel, paclitaxel, cisplatina, carboplatina, oxaliplatina, irinotecano, 5-fluorouracil (5-FU), leucovorina e vinorelbina.
As lesões bucais causadas pelo vírus herpes simplex (HSV) podem aparecer, principalmente em pacientes que estão fazendo quimioterapia para leucemia, linfomas ou transplante de células-tronco hematopoéticas. Essas lesões surgem como pequenas bolhas que podem aparecer dentro da boca ou no lábios. Depois se tornam úlceras, normalmente menores que as úlceras da mucosite e comumente são múltiplas e dolorosas. Outros tipos de vírus, também podem causar feridas na boca durante o tratamento oncológico.
Pacientes em quimioterapia também podem queixar de dor e sangramento na gengiva, principalmente na hora da escovação e/ou uso do fio dental. É muito comum que nesses casos, o paciente já deveria ter, antes do tratamento oncológico, um sangramento gengival e/ou uma discreta sensibilidade ao uso do fio dental, ou seja, já existia uma doença periodontal, e que por não ter sido tratada previamente ao tratamento oncológico, acabou piorando.
Outro efeito bucal comum da quimioterapia é a candidíase. Candidíase é uma infecção oportunista causada pelo supercrescimento de fungos e que é mais comum de aparecer em pacientes que apresentam a imunidade baixa. Clinicamente podem aparecer como placas brancas em toda a cavidade bucal, principalmente na língua, bochecha e garganta. A candidíase pode também causar feridas nos cantos da boca, que tendem a piorar pelo hábito do paciente de ficar passando a língua na região. São feridas que sangram, doem, dificultam a alimentação e a escovação; o que leva a uma piora da higiene bucal e na qualidade de vida desses pacientes.
Outras queixas comuns de pacientes que estão em quimioterapia: boca seca, ardência bucal (muitas vezes aparece como consequência da boca seca), saliva mais grossa, perda total ou mudanças no paladar, dificuldade de abrir totalmente a boca (trismo), atrofia das papilas que recobrem o dorso da língua, deixando a língua com um aspecto liso e sensível (principalmente durante a limpeza da mesma) sensação de dormência principalmente nos lábios e na língua. Alguns medicamentos podem propiciar o aparecimento de manchas escuras na mucosa bucal, principalmente na língua. São manchas que tendem a desaparecer e não requer tratamento.
Descrevemos aqui alguns efeitos adversos da quimioterapia na cavidade bucal. Porém existem vários outros descritos na literatura.
Para alguns efeitos adversos sim. Outros podem ser minimizados com o acompanhamento odontológico durante o tratamento oncológico.
A melhor prevenção é a que o próprio paciente faz mantendo a higiene bucal, com escovações frequentes (de preferência após toda alimentação), não dormir sem higienizar a boca, uso diário do fio dental e higiene da língua. Além disso ter o cuidado de não começar o tratamento oncológico com focos de infecção na boca (para isso, procure um dentista especializado em Odontologia Oncológica que ele saberá conduzir o seu caso). Também evitar tratar de forma caseira os deconfortos bucais, pois muitas vezes, dependendo do que o paciente usar, o desconforto pode se agravar.
Para pacientes que farão radioterapia em região de cabeça e pescoço, é recomendado quando a boca está incluída no campo de irradiação, o tratamento com a terapia de fotobiomodulação (PBM) com o uso do laser de baixa intensidade. Isso diminui bastante o risco de mucosite.
A redução da quantidade de saliva, provocada por alguns tratamentos oncológicos, pode ser tratada com o uso da saliva artificial ou os sialogogos. A falta de saliva pode causar sérias complicações bucais como por exemplo o aumento do risco de cárie. Por isso toda a atenção, por parte do profissional que está acompanhando o caso, deve ser dada, principalmente na prescrição de cremes dentais com concentrações adequadas de flúor. A falta de saliva também aumenta o risco de infecção por fungo (candidíase) na cavidade bucal.
Para a prevenção do trismo (dificuldade de abrir totalmente a boca) existem exercícios que são orientados pela equipe multidisciplinar. O trismo é uma complicação preocupante para toda a equipe oncológica porquê ele pode afetar bastante a qualidade de vida do paciente oncológico. Ele reduz a inteligibilidade da fala, dificulta a higiene bucal, a alimentação e a mastigação, pode levar ao aparecimento de dor nas expressões faciais e por fim o paciente pode passar a ter uma má interação social.
Enfim, ter um acompanhamento odontológico durante todo o tratamento oncológico ajuda a diagnosticar rapidamente as complicações bucais, caso elas apareçam, e a tratá-las logo do seu surgimento. Isso evita que o paciente sinta mais dor e/ou outros desconfortos que essas complicações possam causar, quando não diagnosticadas e tratadas precocemente.
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